Levei a minha filha ao parque
e era domingo.
Pelo domingo, o parque
fica como o jardim do paraíso,
abertos os portões e nenhum deus.
Tudo inocência
entre verdura e saibro e cavalinhos
cabalisticamente numerados
até sete.
Levei a minha filha ao parque
e era Domingo
e não havia o anjo com a espada de fogo.
Não que na minha filha
cuidasse o guardião:
rasteiros os arbustos sem sítio de maçã
e esta filha tinha só três anos.
O anjo era meu só,
velha dez vezes mais e proibida
por regras de baloiço.
Mesmo dez vezes mais, voei. E tudo ausente.
Entre palmas e risos,
o anjo, o fogo, a espada, tudo ausente,
e o céu: só céu azul e limpo.
Levou-me a minha filha ao parque
e era Domingo,
o dia de descanso do anjo distraído
de expulsar e distraídos
os portões abertos -
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