Neurónios Poéticos

Algum neurónio que fugiu à mãe
e se refugiou no canto esquerdo,
sob o meu ouvido.


Aí, fez ninho,
redondo e tão preciso
como centro do alvo
mais premente.


O coração desbaratando forças,
uma saudade sempre
consistente:
a mãe nunca deixando
de o chorar


De vez em quando, o seu suspiro
ecoa, no canto esquerdo
sob o meu ouvido
- que o eco mo devolve
do avesso.


E uma lágrima cai na
folha em frente. Redonda,
independente.


Inundando (depende) ora centro,
ora canto, ora margem de texto.
0 ninho devagar:
desequilíbrio manso

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